Capítulo 98

Um mês.

Trinta dias. Setecentas e vinte horas.

Sem ver meu filho.

Sem encostar na Isabela.

Sem sentir o cheiro dela naquele quarto que era meu refúgio e meu caos.

Ela foi para a casa da tia e se trancou lá com o Pedro.

Me cortou da vida dela como se eu fosse um nada.

Me ignorou. Me apagou. Me cuspiu.

E tudo por quê?

Porque eu fiz o que qualquer homem da favela faria.

Protegi o que é meu. Com sangue. Com exemplo.

Ela sabia quem eu era quando deitou na minha cama.

Quando gemeu meu nome e disse que me amava.

Então não venha agora fazer teatrinho.

Eu estava de saco cheio.

Na moral.

Levantei da cadeira, peguei a Glock e subi na moto.

Se ela não vinha até mim, eu ia até ela.

Doa a quem doer.

Acelerei feito um demônio até o outro lado do morro.

Quando estacionei a moto, os olhares vieram.

Sabiam que ia dar merda.

Bati na porta. Uma, duas, três vezes.

Com força. Com raiva.

Demorou, mas ela apareceu.

Magrela. Olheira funda. Boca sem cor.

Quase não reconheci.

Mas a postura...

Contin
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App