Pedro chorava sem parar. Eu já tinha tentado de tudo. Antitérmico, banho morno, compressa… mas a febre não cedia. Os olhos dele ardiam, o corpinho suava frio e eu sentia minha alma sair do corpo cada vez que ele soluçava alto de dor e cansaço.
Tentei falar com a pediatra, mas já era tarde, ninguém atendeu. Eu estava tremendo, sentada no chão do quarto com ele no colo, desesperada. Meu filho ardia, e eu me sentia impotente. A febre dele não baixava, e o barulho de tiro de fundo fazia tudo parecer ainda mais insano.
De repente, ouvi passos apressados subindo a escada. O coração quase parou de susto.
A porta se abriu com tudo e Lucas entrou como um furacão. Sujo de sangue, de lama, da noite maldita. Mas o olhar dele… estava em Pedro. Só nele.
Ele se ajoelhou na minha frente, pegando o filho com cuidado. Os olhos dele estavam vermelhos. Era medo, preocupação. E culpa.
— Eu dei remédio… — minha voz saiu trêmula — Mas a febre não baixa. Tentei de tudo, Lucas. Banho morno, compressa. Ma