Pardal parou o carro no estacionamento da clínica particular na Barra da Tijuca. O contraste entre o caos do morro e aquele bairro de classe média alta era gritante. Ali, o silêncio reinava. Era outro mundo. Ele ficou no carro de tocaia, com o motor ligado e o olhar atento a qualquer movimento suspeito.

Entramos correndo. Gabriela segurava Pedro enquanto eu falava com a recepcionista.

— Boa noite. Meu filho está com febre alta desde mais cedo. Já dei antitérmico, mas não cede. Eu fiz meu pré-natal aqui, meu nome é Isabela Dias. — falei, com a voz tremendo.

Ela foi rápida. Checou meu nome no sistema, pediu meu documento e a carteira de vacinação do Pedro. Preenchi a ficha na pressa e assinei. O atendimento era ágil, como sempre foi. Por isso eu confiava nessa clínica de olhos fechados. Se tinha um lugar seguro para trazer meu filho, era aqui.

Não deu nem dez minutos e a pediatra nos chamou. Uma mulher de cabelo preso, jaleco branco e uma expressão acolhedora que já me deu um certo