Pedro demorou para dormir. Fiquei embalando ele no quarto escuro, só o abajur ligado. A raiva ainda queimando no meu peito. Porra, que merda de situação. A mulher que eu amo rindo de foto de pau no celular. Achei que estava construindo algo com ela, e ela me faz passar por esse tipo de coisa?

Mas enfim… quando Pedro capotou, eu fiquei um tempo parado só olhando ele respirar. Aquilo me acalmava de um jeito estranho. Era o meu sangue ali. Meu pequeno. Meu herdeiro.

Voltei pro quarto com a cabeça cheia e o coração fechado. Nem olhei para Isabela. Fui direto até a cômoda, bolei um baseado na moral, sem pressa, e saí para a varanda. A brisa da noite batendo no rosto, o gosto da erva relaxando meu corpo, tentando afogar minha decepção.

Lá dentro, vi ela sentada na cama, celular na mão, mas agora imóvel. Nem mexia mais. Culpada. Ou talvez fingindo que não era nada. Mas eu conheço Isabela. E ela sabia que tinha errado.

Depois que a brisa bateu direito, voltei para dentro. Me joguei na cam