O silêncio entre nós era espesso, sufocante, como se a qualquer momento o ar fosse explodir. Isabela estava ali, deitada ao meu lado, mas distante como o caralho. Fingindo dormir. Tentando me enganar. Como se eu fosse idiota.
Ela estava se afastando de mim. Eu sentia isso nos detalhes. No jeito como mal me olhava. No toque que antes vinha fácil e agora parecia pesado. Ela estava escorregando pelos meus dedos… e isso me deixava doente. Enlouquecido.
Virei de lado, observando o perfil dela sob a penumbra do quarto. Os olhos fechados, mas o corpo rígido, tenso. Ela podia fingir o que quisesse, mas eu conhecia cada maldita reação dela. E o que eu via agora era fuga. Ela queria correr. Me deixar. Como se isso fosse uma opção.
— Tá pensando em fugir, Isabela? — minha voz saiu baixa, rouca, carregada de uma ameaça que nem tentei esconder.
Ela respirou fundo. Fingida do caralho. Achando que ia me acalmar com um suspiro. Ela virou o rosto devagar, encarou meus olhos. Aquele brilho que antes