Isabela Andrade
A capela de lírios e orquídeas que um dia sonhei tinha se transformado em uma decoração de tons sóbrios, sophistiquée e acolhedora, com folhagens e luzes quentes. Exatamente como pedi a Matheo. Ele, surpreendentemente, me entregou as rédeas dos detalhes, exigindo apenas que o lugar fosse intimiste e elegante. O casamento seria amanhã, e, pela primeira vez desde que assinei aquele contrato, meu coração não estava em pânico. Ele estava... aquecido.
A última semana havia sido a mais harmoniosa de toda a nossa convivência. As muralhas que levantamos um contra o outro pareciam ter cedido espaço para uma ponte frágil, mas real, construída sobre rotinas simples e silenciosas.
Todas as manhãs, eu descia cedo e me dedicava à mesa posta. Era um ritual. O linho branco ou cinza, os talheres de prata, as xícaras de porcelana e, invariavelmente, as flores. Eu passava alguns minutos no jardim, colhendo camélias ou algumas rosas recém-abertas para fazer um arranjo simples que enfeit