Matheo Montclair
Nunca gostei de multidões. Pessoas demais, vozes demais, tumulto demais. Um ambiente assim é como uma tela borrada: impossível distinguir o que é importante do que é distração. Mas, naquela noite, o centro da minha atenção estava perfeitamente definido, e não havia nada que pudesse me distrair dela.
Isabela.
Ela caminhava ao meu lado com uma postura impecável, o vestido abraçando seu corpo no ponto certo, o salto produzindo um som sutil contra o piso polido. Cabelos presos em um coque perfeito, maquiagem precisa, um equilíbrio entre força e delicadeza que chamava atenção sem precisar pedir. Era o tipo de presença que não se impunha, apenas acontecia.
E todos notavam.
Os olhares masculinos eram impossíveis de ignorar. Alguns discretos, outros descaradamente lentos, avaliando cada detalhe dela. Aquilo me incomodava, mesmo eu sabendo que ela estava comigo. A ideia de outros homens a olhando me enfurecia.
Deixei isso de lado quando percebi que ela ainda estava magoada por