Isabela Andrade
O salão da exposição era um templo moderno da arte. As paredes brancas e impecáveis formavam um contraste perfeito com as cores vivas das telas e esculturas, enquanto a iluminação era posicionada de modo calculado, criando halos de luz que tornavam cada obra quase sagrada. O som ambiente era discreto: música clássica ao fundo, o tilintar de taças de champanhe, vozes baixas conversando em francês, inglês, italiano.
Ao meu lado, Matheo avançava com aquele porte que parecia absorver atenção sem esforço algum. Vestia-se como se tivesse saído de um editorial — terno azul-marinho, gravata vinho perfeitamente alinhada, o aroma amadeirado e sofisticado que chegava até mim cada vez que ele se movia.
Logo fomos abordados.
— Matheo Montclair! — um homem de cabelos grisalhos e sorriso largo apertou a mão dele com familiaridade. — Não sabia que estava tão bem acompanhado.
— Senhor Rubens, que surpresa boa — respondeu Matheo, com aquele tom impecavelmente educado. — Esta é Isabela A