A tarde avançava com uma tranquilidade quase cinematográfica. Evelyn estava sentada no sofá da sala, o caderno apoiado no colo, os dedos brincando com a caneta enquanto sua mente vagava entre lembranças e possibilidades. A janela deixava entrar uma brisa suave, e o cheiro do café que Lucas preparara mais cedo ainda parecia morar nos cantos da casa.
Ele estava na parte de fora, cuidando das plantas. Era curioso observá-lo assim, tão atento aos detalhes, às pequenas coisas que a vida oferecia. Evelyn se pegou pensando que talvez amar fosse exatamente isso: aprender a enxergar beleza no cotidiano, perceber valor nos silêncios, nos gestos que ninguém mais nota.
Quando ele voltou, as mãos ainda com um pouco de terra sob as unhas, ela sorriu.
— Está cultivando um novo jardim?
— Estou só tentando salvar o que ainda está vivo — ele respondeu, sentando-se ao lado dela. — Algumas dessas plantas foram esquecidas por um bom tempo.
— Acontece com todo mundo. Às vezes, a gente só lembra de regar qu