No dia seguinte, Evelyn acordou antes do sol. O céu ainda estava tingido de um azul profundo, e o silêncio da casa parecia sagrado. Ela se levantou devagar, vestiu o robe que Lucas deixara dobrado aos pés da cama e caminhou até a varanda. Ali, a manhã começava a nascer devagar, com a névoa pairando sobre as árvores e o som distante de algum pássaro que já saudava o novo dia.
Sentou-se com uma caneca de chá quente entre as mãos, tentando organizar os pensamentos. Era curioso como, mesmo em paz, a mente insistia em revisitar os lugares antigos — aqueles onde doía lembrar. Mas agora ela os encarava com mais coragem. Já não havia a ânsia de apagar o passado, apenas o desejo de não mais se aprisionar a ele.
Quando Lucas acordou, a encontrou ali, encolhida na poltrona, com um semblante sereno.
— Você está bem? — ele perguntou, com a voz ainda rouca de sono.
— Estou. Só acordei cedo demais. Não queria te acordar.
Ele se aproximou, envolveu-a com uma manta e sentou ao seu lado. Ficaram em sil