A chuva finalmente cessara quando Evelyn e Lucas saíram para caminhar. O céu em Asheville ainda guardava vestígios de nuvens baixas, mas o ar era fresco e limpo, como se a cidade inteira tivesse respirado fundo depois de dias contidos.
Caminhavam lado a lado, sem pressa, como se o mundo tivesse, por um instante, desacelerado para acompanhá-los. Não falaram muito. Não precisavam. Havia uma nova linguagem entre eles agora — feita de silêncios compreendidos, de gestos pequenos, de olhares demorados. Evelyn sentia o corpo mais leve, como se algo que a acompanhava por anos tivesse finalmente sido deixado para trás.
Passaram por um mercado local. Bancas de frutas, cheiro de pão fresco, risadas de crianças correndo entre as barracas. Lucas comprou duas maçãs vermelhas e entregou uma a Evelyn. Ela sorriu, mordendo um pedaço, e por um segundo se perguntou se era permitido aquele tipo de paz depois de tanto tempo em guerra com o próprio passado.
— Esse lugar me lembra os verões com minha avó —