Omar não estava preparado para aquilo. Na verdade, queria distância de Daphne. Ela bagunçava seus sentimentos, o deixava vulnerável — e isso, para ele, era inaceitável. Seu orgulho era maior que qualquer impulso de se render. Gostar de alguém significava expor-se, entregar uma parte de si, e ele se recusava a dar o braço a torcer. No fundo, o que mais o apavorava era a certeza que carregava: se eu me apegar, vou perder.
E o pior? Ele acreditava estar certo. Amar Daphne agora seria assinar a sentença de que, um dia, ela teria que ir embora.
Daphne sabia disso e, mesmo assim, no recanto mais íntimo do seu coração, desejava se entregar. Queria aproveitar cada instante, sentir sem pensar no amanhã. No fim, ela iria embora — mas não queria viver sob essa sombra agora. Ainda assim, às vezes, deitada na cama dele, se perguntava: Por que eu partiria? Poderíamos ser felizes. Poderíamos ter uma família.
Mas a resposta estava gravada em um canto doloroso de sua alma: Glória. Ela sabia que, para