Depois do ocorrido com o telefone, o clima no escritório tinha mudado completamente. Daphne percebia o ar denso, carregado de tudo o que não se dizia. Ela evitava os olhos dele quando se encontravam no corredor, o coração batendo mais rápido sem saber se era medo, vergonha ou aquele desejo teimoso de entender o que acontecia entre eles.
Omar parecia calmo por fora. Formal, contido. Ele tinha dito que estava tudo bem, que a perdoava. Mas Daphne não acreditava. Ela mesma não conseguia se perdoar. Sabia que tinha dado dois passos para trás, que tinha escancarado sua fragilidade e, junto com ela, uma parte do que sentia. Era isso que mais a incomodava: ele tinha visto seu medo, sua ansiedade, seu lado humano demais — e ela não sabia se ele queria aquilo.
E tinha o abraço. Deus, por que ela fez aquilo? Até hoje se perguntava. Omar não gostava de contato físico — ela já sabia disso, era óbvio, quase gritante na forma como ele se retraía quando alguém chegava perto demais. Mas Daphne era o o