Sem nem pensar, eu simplesmente me joguei para frente e o abracei. Foi automático. Uma explosão de alívio e gratidão que me fez jogar os braços em volta do pescoço dele.
Eu só percebi o que estava fazendo quando já estava ali, apertada contra ele. Senti o calor do seu corpo, o perfume forte e sofisticado que parecia me envolver inteira. Ele demorou um segundo, mas repousou as mãos sobre minhas costas — um gesto hesitante, quase contido, mas que me fez arrepiar dos pés à cabeça.
Era uma sensação estranha. Boa demais. A pele formigava. O coração batia tão alto que eu tinha certeza que ele podia ouvir.
Quando percebi o tamanho do meu erro, tentei me afastar, mas devagar, com cuidado, como se algo me prendesse ali. Meus braços ainda repousavam em seu pescoço quando nossos olhares se encontraram, tão próximos que eu podia sentir sua respiração quente contra meu rosto.
Fiquei encarando cada traço dele. Os lábios, que se mexiam quase imperceptivelmente, confusos. Houve um segundo — apenas um