Omar estava uma pilha de nervos. Ela não parou um segundo sequer de pensar no avô ali presente, no meio da cerimônia e da festa do nosso casamento. Eu também sabia — desde o início — que alguma coisa iria acontecer. Não que eu tivesse previsto que o velho apareceria lá, claro. Mas eu achei que alguém, em algum momento, fosse protestar e jogar toda a verdade na nossa cara. Graças a Deus isso não aconteceu. Por isso, eu deveria estar simplesmente feliz. Afinal, eu me casei com o homem que eu amo. E isso, por si só, já deveria bastar.
Mas havia um problema.
Na verdade, o problema. Aquele peso que sempre existiu na minha consciência continuava lá, mesmo eu querendo me livrar dele. Eu ainda pensava nele. E agora, olhando para o meu marido calado, parado com aquela expressão dura — a mesma que surgia quando ele estava furioso — tudo parecia muito distante do que deveria ser nossa primeira noite de casados. Ele estava diante da janela, segurando um copo de uísque, encarando o nada como se es