A vingança do mercenário

A vingança do mercenário PT

Romance
Última atualização: 2025-05-22
Luiza Marques   Em andamento
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Índice

Mikhail Petrov é o mercenário mais temido de toda a Rússia. Para ele, apenas duas coisas importavam: proteger seu irmão mais novo, Dimitri, e manter sua reputação como um verdadeiro fantasma — imbatível e inalcançável. Mas tudo desmorona quando um promotor da Califórnia falsifica provas e condena Dimitri à prisão, desencadeando uma sequência de tragédias que culminam na morte de seu irmão. Consumido pela sede de vingança, Mikhail decide atingir o promotor onde mais doeria: sequestrando sua filha mais nova, Mia Walker. No entanto, ao invés de terminar rapidamente com a vida da garota, ele percebe que sua dor pode ser explorada de formas muito mais profundas. Manter Mia como prisioneira parecia ser apenas mais uma estratégia. Mas, no ódio que os une, nasce um desejo obscuro e incontrolável — e Mikhail logo descobre que, ao poupar a vida dela, selou a própria perdição. Em um mundo onde amor e ódio se confundem, quem sobreviverá ao toque do inimigo?

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Capítulo 1

Capítulo 1

Narrado por Mikhail Petrov

O cheiro de óleo, pólvora e ferrugem impregnava o ar do porão. Uma sala enorme, com paredes de concreto rachado, estantes de metal abarrotadas de armas de todos os calibres e caixas marcadas com símbolos que o mundo nunca deveria conhecer. A luz amarelada piscava de tempos em tempos, criando sombras nas paredes que pareciam monstros se contorcendo no breu. Era o meu templo. Meu santuário. Meu esconderijo.

Abaixei-me para examinar a mira de um dos rifles de precisão quando o celular vibrou no bolso da minha calça jeans surrada. O número na tela me fez franzir a testa. Nikita não ligava sem motivo. Peguei o telefone e atendi, sentindo uma tensão involuntária subir pela minha espinha.

— Fala — minha voz saiu grave, seca.

— Mikhail... — a voz do outro lado parecia hesitante, pesada — você precisa saber disso. É sobre o Dimitri.

Fechei a mão em volta do telefone com força suficiente para fazer meus nós dos dedos ficarem brancos. Dimitri era tudo que me restava. Meu irmão mais novo. A única pessoa que ainda fazia meu sangue frio aquecer por algo além da morte.

— Fala logo — rosnei, cada segundo de silêncio entre nós me corroendo.

— Ele foi preso, Mikhail. Armaram para ele. Um promotor da Califórnia, James Walker, alegou conspiração e associação ao crime. Plantaram provas. Eu juro, ele é inocente.

Pela primeira vez em anos, senti o chão tremer sob meus pés. Dimitri não era como eu. Ele tinha saído da Rússia para escapar da sombra suja da nossa família. Queria uma vida normal, longe das balas, longe das mortes. E agora estavam tentando manchar o nome dele. Pior: colocá-lo para apodrecer em uma cela.

— Estou indo agora — respondi, já me erguendo e guardando o celular no bolso. Saí do porão às pressas, subindo os degraus de concreto dois a dois, como se o próprio inferno estivesse me seguindo.

Eu seria capaz de destruir a Califórnia inteira para trazê-lo de volta.

[...]

O vento cortava como navalhas no pátio do aeroporto, mas eu mal sentia. O jato comercial era lento demais para a urgência que consumia meu peito. Na primeira fileira, no canto da janela, fiquei imóvel, a mandíbula cerrada, os olhos fixos no horizonte que se tornava dourado com o pôr do sol. Los Angeles era meu destino. E sangue seria o preço.

Durante o voo, fechei os olhos, permitindo que as memórias viessem. Meus pais, mortos em uma emboscada covarde. A maneira como segurei a mão de Dimitri naquela noite, prometendo a ele, ainda criança, que nunca mais o deixaria sozinho. E agora... Eu havia falhado.

Quando o avião tocou o solo, um peso invisível caiu sobre meus ombros. Algo dentro de mim sabia. Antes mesmo do celular vibrar no bolso da jaqueta, eu já sabia.

Atendi sem hesitar.

— Mikhail... — a voz de Nikita hesitou — Dimitri... ele... foi morto. Dentro da prisão.

Fechei os olhos. Respirei fundo. Nenhum som saiu da minha garganta. Nem um grito, nem um suspiro. Apenas o silêncio absoluto.

Eu já sabia.

Desde que entrei naquele avião, a sensação de morte pairava sobre mim como uma maldição inevitável. Mas saber não aliviava. Saber apenas alimentava o monstro dentro de mim, aquele que passara anos dormindo, esperando.

Desliguei o celular sem dizer nada. O mundo parecia distante. As vozes ao redor eram apenas ecos distorcidos. Peguei minha mala pequena, atravessando a pista com passos calculados.

Do outro lado, afastada do terminal, uma SUV preta esperava, o motor roncando baixo como um predador de olhos fechados. A porta se abriu e lá estava ele.

— Mateo Morelli — murmurei, jogando a mala no banco de trás antes de entrar.

Mateo era mais que um aliado. Era um velho amigo, alguém que entendia o código silencioso em que eu vivia. Crescemos em mundos diferentes, mas a violência nos tornava irmãos de sangue.

Eu matava para quem pudesse me pagar pagar uma pequena fortuna pelos meus serviços, Mateo era um dos homens mais poderosos que eu conheci o próximo herdeiro da máfia Italiana.

Ele me olhou por um segundo, aquele olhar duro de mafioso que já viu a morte de perto e a chamou de velha amiga.

— Sinto muito, irmão — disse, sua voz pesada, sincera.

Assenti, sem conseguir formar palavras. A SUV começou a se mover, devorando a estrada vazia em direção ao nada.

— Você vai travar uma guerra fora de casa? — ele perguntou após alguns minutos de silêncio tenso.

Olhei pela janela. Los Angeles brilhava ao longe, uma miragem de promessas quebradas e sonhos corrompidos. Respirei fundo, deixando a fúria preencher cada célula do meu corpo.

— A guerra começou na primeira ligação que recebi — murmurei, com uma certeza tão sólida quanto o aço.

Mateo soltou um sorriso amargo e, sem dizer nada, puxou algo do bolso interno da jaqueta. Estendeu para mim uma foto, velha, impressa às pressas, amassada nas bordas.

Peguei a imagem.

Era uma garota.

Olhos verdes intensos, cabelos castanhos caindo em ondas desalinhadas sobre os ombros. Jovem. Talvez uns vinte e poucos anos. Estava rindo em algum jardim, completamente alheia ao mundo sujo que orbitava ao seu redor.

Mia Walker.

O nome estava rabiscado no verso da foto, como se alguém tivesse feito isso com raiva, querendo marcar.

A filha do promotor James Walker.

— Se quiser vingança — disse Mateo, seus olhos encontrando os meus no espelho retrovisor — pode começar daqui.

Segurei a foto por mais alguns segundos antes de dobrá-la com cuidado e enfiá-la no bolso da jaqueta.

Mia Walker.

A porta de entrada para o inferno.

Eu já não tinha mais nada a perder. Não existia mais limite, nem código, nem misericórdia.

James Walker destruiu meu irmão.

Agora, eu destruiria tudo que ele amava.

E começaria pela sua filha.

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