Ele não soltou minha mão.
Mesmo quando um comissário passou discretamente oferecendo bebidas e eu recusei com um aceno, Matheus apenas ajustou a posição dos nossos dedos entrelaçados, como se quisesse garantir que eu não fosse a lugar nenhum. O toque dele era quente, firme e ainda assim delicado — como se tivesse medo de me espantar se apertasse demais.
— Está com sono? — ele perguntou, a voz mais baixa agora, quase íntima.
Balancei a cabeça, sorrindo de canto.
— Acho que estou mais… cansada do que sonolenta.
Ele fez um leve movimento com a cabeça, como se entendesse exatamente o que eu queria dizer. Não era sono. Era exaustão de manter posturas, de silenciar emoções, de aguentar tudo sozinha. E com ele ali, do meu lado, essa exaustão começava a dar lugar a outra coisa.
— Vem cá — ele disse, baixinho, e soltou minha mão só para passar o braço por trás dos meus ombros, puxando-me levemente para mais perto. O gesto foi tão natural que meu corpo se moldou ao dele como se já soubesse o ca