Os anos passaram quase sem que eu percebesse. Aurora cresceu rápido, com aquela energia de menina que não para quieta, o sorriso fácil e os olhos curiosos que refletem o mundo com uma inocência que me encanta todos os dias.
Hoje, ela está sentada no chão da sala, espalhando lápis de cor, folhas e seus desenhos por todo o tapete macio. Entre rabiscos de flores, árvores e bonequinhos de palito, vejo que já começou a desenhar pessoas — duas delas de mãos dadas, com sorrisos largos.
Matheus está no sofá, me observando enquanto tomo um café. O jeito como ele me olha tem aquele brilho tranquilo, aquela paz que a gente só encontra quando enfrenta as tempestades juntos e sai mais forte do outro lado.
— Mamãe, vem ver! — Aurora chama, estendendo um papel todo colorido, os traços ainda infantis, mas cheios de sentimento.
Eu me ajoelho perto dela, pego o desenho e observo atentamente. “Olha só, amor, que lindo!” — digo, emocionada — “Quem são essas duas pessoas aqui?”
— Vocês! E eu! — responde e