Passei o fim de semana todo enrolada em um cobertor maratonando Game Of Thrones e desperdiçando meus últimos neurônios vivos para tentar compreender a série — fazia tanto tempo que nem me lembrava mais em que episódio estava.
A conversa com Matheus retumbava por mim o tempo inteiro, me sentia imensamente culpada, mas a exaustão era maior. Na segunda, não procurei por ele ao chegar ao prédio de escritórios, não queria criar eu mesma armadilhas para meu coração ferido. Por isso passei depressa pelo salão e fui para minha mesa, afundando nas mil e uma planilhas e deixando-me sufocar pelas exigências e maluquices de Henrique, que ainda estava se vingando por eu não ter aceitado suas investidas.
Passei a semana toda assim, mal parando para conversar com minha única colega. Quando menos percebi, chegou sexta-feira, o dia já tinha acabado e eu estava sozinha, praticamente na escuridão.
Desliguei meu computador e levantei, tirando os sapatos apertados, vendo os pés inchados atrás da meia-calç