O cozinheiro, Vitor e Agatha permaneceram imóveis por alguns segundos, como se o tempo tivesse congelado ao redor da revelação. O som da goteira, antes insignificante, parecia agora um metrônomo sinistro, marcando o compasso de uma verdade prestes a emergir.
A luz do ambiente os envolvia em sombras trêmulas, e o cheiro de alho e cebola fritos vindo da cozinha pairava no ar, contrastando com a tensão que se instalava.
— Quem? — perguntou Vitor, com a voz baixa, mas firme, como se cada palavra exigisse esforço para atravessar o nó em sua garganta.
— Acredito que foi a Lorena outra vez, eu tenho a absoluta certeza — disse Agatha, com os olhos arregalados e a respiração acelerada.
— Ontem eu estava caminhando pela rua, voltando da padaria, e vi ela saindo da farmácia com algo muito estranho na mão.
— Era um frasco pequeno, escuro, com um rótulo que não consegui ler. E quando me viu... desviou o caminho, como se estivesse fugindo de mim.
O olhar do cozinheiro passou de Agatha para Vi