O sol nasce suavemente no horizonte, lançando raios dourados sobre os prédios da cidade. Uma brisa morna atravessa as cortinas avermelhadas e finas da sua simples casa, fazendo-as dançarem levemente ao ritmo da manhã. Os carros começam a circular pelas avenidas, como se a cidade despertasse aos poucos, espreguiçando-se entre os sons e os cheiros do novo dia.
Logo os primeiros raios solares tocam a pele de Agatha, que está enroscada num edredom de algodão florido. Seus cílios tremulam antes de se abrir completamente. Ela inspira fundo, sentindo o aroma distante de pão recém-assado vindo da padaria da esquina. Ao olhar para o relógio pregado à parede — um modelo retrô de ponteiros cor-de-rosa — ela vê, com espanto, que são nove horas da manhã.
A sensação de tranquilidade se desfaz em um segundo. Um calafrio sobe pela espinha de Agatha quando a consciência do atraso toma conta dela. Num movimento quase acrobático, ela se joga da cama, os pés descalços tocando o chão frio de cerâmica a