— Escute Agatha... eu já estou ficando cansado dessa história... — disse Alexander, passando a mão na nuca como quem tenta conter um furacão interno. — Esses segredos, essas meias verdades... já não dá mais. Basta.
Agatha permaneceu em silêncio, seus olhos fixos nele. A luz da tarde refletia suavemente em seus cabelos, criando uma aura quase etérea. Ela apertou os dedos uns contra os outros, como se tentasse manter o controle.
— Pretendo descobrir quem está por trás disso... — continuou ele, dando um passo à frente, firme. — E para mim, não será difícil. — A voz de Alexander saiu baixa, porém calculada, como se cada palavra carregasse o peso de decisões antigas que finalmente se encontravam com o presente.
— Há pouco tempo eu aprendi a ler nas entrelinhas. Nos seus olhares desviados, nas palavras não ditas... em tudo o que ela evitou me contar.
O silêncio se abateu como uma névoa grossa. Por um instante, o som do mundo exterior desapareceu, e tudo o que restou foi o tic-tac de um rel