— Mamãe, me deixa abrir- la?
Agatha olhou para a menina sorrindo, surpresa com sua pergunta. Seus olhos se encontraram por um instante, e naquele olhar havia ternura, curiosidade e uma pontinha de ansiedade infantil.
— Pode sim, minha pequena — disse ela com suavidade, enquanto se inclinava e entregava a carta com delicadeza.
Delicadamente, Flor Bela começou a rasgar o papel da carta, seus dedos finos tremendo levemente, como se cada fibra do envelope guardasse um segredo precioso. O som suave do papel se desfazendo contrastava com o burburinho da rua, onde vozes se misturavam com o rangido dos carros e o farfalhar das folhas ao vento.
Agatha permanecia ao lado, com os olhos fixos nas mãos da menina. Seus lábios entreabertos denunciavam a ansiedade contida; ela não ousava dizer nada, mas sua respiração irregular falava por si.
Antes de continuar, Agatha ergueu a cabeça lentamente, como quem é puxada por uma força invisível. Seus olhos, pintados por um misto de surpresa e nostalgia, bu