Agatha, ao ouvir a pergunta, sentiu um leve tremor nas mãos — como se o próprio corpo tentasse escapar da responsabilidade que a mente já não podia evitar. Ela estava a poucos passos, observando a cena com o coração apertado, como se cada batida ecoasse a dúvida que crescia dentro dela.
O vento brincava com a barra do seu vestido azul-claro, fazendo-o dançar suavemente ao redor de suas pernas, enquanto alguns fios soltos de cabelo escapavam do coque e roçavam seu rosto, como lembranças que insistem em voltar.
Seus olhos, antes firmes e atentos, agora pareciam buscar refúgio nas lembranças — memórias que vinham em fragmentos.
Ela olhou para Vitor, tentando decifrar sua reação, mas também sentindo o peso da expectativa que a filha havia lançado no ar — uma expectativa pura, sem malícia, mas carregada de amor e esperança.
Vitor abaixou o olhar por um instante, como se buscasse forças no chão frio sob seus pés. Depois, olhou para Flor Bela, que o observava com a paciência de quem espera