Três dias depois, Agatha caminhava devagar pelo corredor da empresa, os passos ainda cautelosos, como se cada movimento fosse uma redescoberta do próprio corpo. A luz suave do fim da tarde atravessava as janelas altas, tingindo o chão com tons dourados e quentes. O silêncio era quebrado apenas pelo som ritmado de seus sapatos tocando o piso frio.
Mas a jovem não se encontrava sozinha. Em uma das mãos, ela segurava delicadamente a mão da filha, que a seguia com passos pequenos e curiosos. A menina, de olhos grandes e atentos, olhava ao redor com a inocência de quem vê o mundo pela primeira vez. Seus cabelos castanhos balançavam levemente a cada passo, e um laço cor-de-rosa enfeitava sua cabeça, contrastando com a simplicidade do vestido branco.
Logo seus olhos avistaram Vitor, parado no final do corredor. Ele se aproximou lentamente, como se temesse quebrar a magia daquele instante. Vestia uma camisa azul clara, as mangas dobradas até os cotovelos, e os olhos — ah, os olhos — refletiam