Vitor. — sussurrou Agatha, com a voz trêmula, quase engolida pela conversa dos clientes e pelo tilintar de talheres. — Quem é aquela garota? — perguntou, enquanto seus olhos percorriam a mulher por completo, como se tentassem decifrar um enigma esculpido em carne e silêncio. — Você parece conhece-lá.
Vitor, paralisado diante da porta entreaberta, não respondeu. Permaneceu em silêncio por um instante que pareceu se estender por horas, como se o tempo tivesse se curvado ao redor daquela figura. Seus olhos estavam fixos na mulher à sua frente, e sua expressão era a de alguém que acabara de ver um fantasma — ou algo ainda mais perturbador.
A mulher estava sentada em uma cadeira de madeira polida escura, com postura ereta e as pernas cruzadas com uma elegância quase intimidadora. Vestia um vestido preto de tecido fino, que abraçava seu corpo com discrição e sofisticação, revelando apenas o suficiente para sugerir mistério. Um colar de prata repousava sobre sua clavícula, com um pingente e