Agatha a encarava com os lábios crispados e as mãos cerradas ao lado do corpo, como se lutasse para conter algo feroz dentro de si. A respiração entrecortada denunciava o turbilhão de sentimentos que fervilhava por trás da aparência rígida.
Seus olhos tinham um brilho cortante, não era apenas medo, era orgulho ferido, raiva contida, talvez até culpa. Um grito silencioso parecia preso na garganta, pulsando como um tambor no silêncio que se formava entre as duas.
— O acidente aconteceu sozinho... eu não tive culpa nenhuma, Lorena — murmurou, cada palavra saindo com esforço, como se fossem pedras a serem cuspidas. A voz oscilava entre defesa e desespero, envolta em uma camada quase imperceptível de vergonha.
Lorena cruzou os braços e caminhou lentamente entre os escombros, os saltos dos sapatos ecoando no piso, como marteladas. Enquanto seus olhos observavam cada detalhe da bagunça: O vaso despedaçado, os cacos de vidro que refletiam a luz da manhã.
Ela soltou um riso contido, quase pi