— Prefiro invadir do que rastejar — respondeu Agatha, a voz firme, carregada de uma raiva contida que ameaçava transbordar. Seus olhos faiscavam com um brilho intenso, como se cada palavra fosse uma lâmina afiada prestes a cortar o silêncio da sala.
Lorena ergueu o olhar, um sorriso gélido curvando-lhe os lábios. Ela fechou o laptop com lentidão calculada, os dedos deslizando pela tampa como se tocassem um segredo proibido. Fez questão de transformar o gesto em um ritual silencioso de desafio, o clique final ecoando como um aviso.
— Você veio aqui por causa daquele móvel? Do acidente? — perguntou ela, inclinando-se para frente até que a luz fraca da luminária desenhasse sombras duras em seu rosto. Seus cotovelos encontraram a mesa com precisão quase militar. — Ou veio porque finalmente percebeu que está jogando um jogo perigoso… e está perdendo?
Agatha se aproximou da mesa com passos lentos e calculados, como quem atravessa um campo minado sob a mira de atiradores invisíveis. O som do