Agatha permaneceu quieta por um curto instante, o silêncio entre eles foi interrompido apenas pelo tic-tac persistente do relógio pregado à parede, um som ritmado, quase impertinente, que parecia zombar da tensão suspensa no ar.
A luz amarelada da luminária acima lançava sombras trêmulas nas paredes, desenhando figuras distorcidas como se o próprio ambiente estivesse conspirando com o drama que se desenrolava.
Logo ela avança alguns passos de forma cautelosa, como se temesse despertar algo adormecido entre eles. O som abafado de seus saltos, engolido pelo tapete espesso que cobria o chão de mármore escuro, misturava-se ao ruído da respiração contida, um esforço quase doloroso para não deixar escapar emoções demais.
O perfume sutil de jasmim que exalava de sua pele parecia ganhar corpo no ar, tornando a presença de Agatha ainda mais magnética.
— Agatha, o que ouve...? — indagou ele, em um tom tão baixo que mal quebrou o ar. Sua testa se contraiu, e o olhar inquieto percorreu o rosto