Nos dias seguintes, a pousada virou um refúgio. Não havia telefonemas urgentes, reuniões tensas ou olhares desconfiados. Apenas o barulho do mar ao amanhecer, os cafés da manhã demorados na varanda e a sensação de estar longe de tudo que nos machucava.
Matheus parecia respirar melhor ali. Ele dormia melhor, ria mais. Ainda havia momentos em que ficava distraído demais, perdido em pensamentos, mas era diferente. A irritação e o esgotamento dos últimos dias tinham dado lugar a um tipo de calma nova.
Eu deveria estar assim também. Mas meu corpo continuava estranho. As tonturas vinham e iam, as náuseas se tornaram rotina, e eu sentia um cansaço que não combinava com o descanso que estávamos tendo.
Na terceira manhã, depois que Matheus saiu para caminhar na areia, fui até a farmácia da cidade. Minhas mãos suavam enquanto pegava o teste e pagava em silêncio. O caminho de volta pareceu mais longo.
Quando entrei no quarto, meu coração martelava no peito.
Respirei fundo, fechei a porta do banh