Capítulo 22

Rangel não recuou. Mesmo diante da frieza de Tayanara, mesmo com o ódio explícito nos olhos dela, ele sabia que não poderia simplesmente ir embora sem dizer o que precisava.

— Tay, por favor… só me dá cinco minutos. — insistiu, com a voz mais baixa, quase um pedido.

Ela apertou a sacolinha que segurava, como se estivesse decidindo se cedia ou se simplesmente o ignorava de vez. Mas antes que pudesse responder, ele continuou.

— Eu soube da sua mãe. Sinto muito. Meus pêsames!

As palavras vieram genuínas, sem estratégia, sem qualquer tom ensaiado. Pela primeira vez, Rangel parecia apenas um homem arrependido, sem o jogo de poder que costumava usar.

Tayanara respirou fundo, desviando o olhar.

— Não precisa sentir nada. A dor é minha, não sua. — respondeu, firme, sem emoção.

Mas então, ele fez a pergunta que vinha martelando na sua cabeça desde o momento em que viu a foto dela.

— O bebê… ele é meu?

O silêncio foi imediato. Tayanara ergueu os olhos lentamente, encarando Rangel com um
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