Rangel não recuou. Mesmo diante da frieza de Tayanara, mesmo com o ódio explícito nos olhos dela, ele sabia que não poderia simplesmente ir embora sem dizer o que precisava.
— Tay, por favor… só me dá cinco minutos. — insistiu, com a voz mais baixa, quase um pedido.
Ela apertou a sacolinha que segurava, como se estivesse decidindo se cedia ou se simplesmente o ignorava de vez. Mas antes que pudesse responder, ele continuou.
— Eu soube da sua mãe. Sinto muito. Meus pêsames!
As palavras vieram genuínas, sem estratégia, sem qualquer tom ensaiado. Pela primeira vez, Rangel parecia apenas um homem arrependido, sem o jogo de poder que costumava usar.
Tayanara respirou fundo, desviando o olhar.
— Não precisa sentir nada. A dor é minha, não sua. — respondeu, firme, sem emoção.
Mas então, ele fez a pergunta que vinha martelando na sua cabeça desde o momento em que viu a foto dela.
— O bebê… ele é meu?
O silêncio foi imediato. Tayanara ergueu os olhos lentamente, encarando Rangel com um