A casa estava em silêncio depois da explosão. O quarto ainda carregava o cheiro de tensão, e o chão, as marcas do confronto. Nazaré, com o rosto marcado e os olhos cheios de lágrimas, arrumava a mala em silêncio. Não havia mais gritos, nem justificativas. Só o som do zíper sendo fechado e o peso de tudo o que foi dito e feito.
Quando ela passou pela sala, Rangel estava com os olhos vermelhos, o rosto pálido. Tayanara, estava no quarto, chorava em silêncio, com o olhar perdido no chão.
— Rangel… — Nazaré tentou, com a voz embargada.
— Eu precisava de dinheiro.
Mas ele ergueu a mão, pedindo silêncio. As lágrimas já escorriam quando ele falou:
— Mãe… chega. Eu não quero mais você perto de mim. Nem do meu filho.
Ela tentou se aproximar, mas ele recuou, a voz falhando.
— Você passou de todos os limites. Você me expôs, expôs a Tayanara, expôs o Dante. Por orgulho. Por controle. Por ego. E agora… agora não tem mais volta.
— Eu sou sua mãe… — ela sussurrou.
— E eu sou pai.