Capítulo 72

Rangel não aguentou ficar parado na sala. Logo ele foi até a cozinha, com os passos lentos, o semblante tenso. Encontrou Tayanara de costas, mexendo o molho de tomate.

— Tay… — disse, com a voz baixa, quase um pedido.

— Fica calma, por favor. Eu tô preocupado com você.

Ela não respondeu de imediato. Terminou de mexer o molho, desligou o fogo e foi até a bancada. Abriu o armário, pegou uma taça. Depois, pegou um vinho tinto encorpado e abriu com firmeza.

— Eu tô calma. — disse, sem olhar pra ele.

— Só tô decidida.

Encheu a taça até a metade, pegou o celular e, com a luz natural da janela batendo nos ingredientes já separados, o frango empanado, o queijo fatiado, o molho vermelho vivo, tirou uma foto bonita, quase artística.

Postou com uma legenda leve, como se o mundo lá fora não estivesse em chamas:

"Dia de parmegiana e vinho."

Nenhuma menção ao caos. Nenhuma indireta. A elegância de quem escolhe não se explic
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