Rangel não aguentou ficar parado na sala. Logo ele foi até a cozinha, com os passos lentos, o semblante tenso. Encontrou Tayanara de costas, mexendo o molho de tomate.
— Tay… — disse, com a voz baixa, quase um pedido.— Fica calma, por favor. Eu tô preocupado com você.Ela não respondeu de imediato. Terminou de mexer o molho, desligou o fogo e foi até a bancada. Abriu o armário, pegou uma taça. Depois, pegou um vinho tinto encorpado e abriu com firmeza.— Eu tô calma. — disse, sem olhar pra ele.— Só tô decidida.Encheu a taça até a metade, pegou o celular e, com a luz natural da janela batendo nos ingredientes já separados, o frango empanado, o queijo fatiado, o molho vermelho vivo, tirou uma foto bonita, quase artística.Postou com uma legenda leve, como se o mundo lá fora não estivesse em chamas:"Dia de parmegiana e vinho."Nenhuma menção ao caos. Nenhuma indireta. A elegância de quem escolhe não se explic