Rangel não conseguiu simplesmente ir embora.
Enquanto dirigia pelas ruas, sua mente voltava para aquela noite, o momento em que ficaram juntos pela primeira vez. Lembrou-se dos detalhes, da forma como tudo aconteceu, das emoções cruas e intensas que marcaram aquela noite, até se questionou se talvez ela não tinha ficado com outro, mas já tirou isso da cabeça.
Sem saber exatamente por que, decidiu comprar um combo de lanche enorme, como a viu fazer antes, como um gesto que parecia quase instintivo, para lhe agradar.
Voltou para a casa dela e parou em frente ao portão, ignorando completamente o orgulho e qualquer senso de autopreservação.
— Tay! — chamou, firme.
Não teve nenhuma resposta. Ele insistiu, batendo na grade, elevando um pouco a voz.
— Sei que você tá aí! Só me escuta!
Minutos se passaram, e ele já imaginava que ela não abriria. Mas então, com um movimento brusco, a porta se entreabriu no final do quintal, e Tayanara apareceu. O rosto estava sério, os olhos ainda marcad