— Eu estou... num necrotério, não é? — perguntou Royal. Ele tinha dificuldade para falar, ainda não conseguia mover bem os lábios.
O legista assentiu rapidamente com a cabeça, ainda incapaz de dizer qualquer coisa.
— Por que estou aqui? — acrescentou Royal. — Você estava prestes a fazer uma autópsia em mim, certo? Alguém da minha família autorizou isso?
O legista continuava sem acreditar no que via, e Royal começou a se irritar.
— Pare de... me olhar desse jeito. Eu estou vivo, realmente vivo, então... me responda agora — ordenou ele. — Alguém da minha família autorizou a autópsia?
— N-não exatamente. Em casos de morte súbita, quando a causa não é evidente, uma autópsia é realizada automaticamente, sem necessidade de autorização da família.
— Como isso é possível? Você estava prestes a me matar! — disse, furioso.
— O senhor estava, supostamente, morto. Não havia sinais vitais, o corpo apresentou rigidez e resfriamento pós-morte, não houve reação à RCP...
— Vocês não podem fazer uma au