O vento da manhã trazia aquele cheiro do jardim que Sophie adorava. Enquanto terminava de ajeitar os cabelos na frente do espelho, tentou ignorar o aperto que crescia em seu peito. Vestiu um vestido leve, branco, de tecido macio, que acomodava sua barriga de nove meses com delicadeza. Martha estava ao seu lado, ajudando a ajeitar as mangas e alisando, com cuidado, o tecido na altura dos ombros.
— Está linda. — comentou a mãe, sorrindo, mas logo arqueou uma das sobrancelhas, apertando levemente os lábios. — E... como você está se sentindo... sabendo que vai encontrá-lo?
Sophie respirou fundo. Olhou para si mesma no espelho, como se buscasse respostas no reflexo.
— Eu... não quero pensar nisso. — respondeu, desviando os olhos. — A verdade é que mal consegui dormir nos últimos dias. Fico imaginando como vai ser... o que pode acontecer.
Martha apertou de leve sua mão.
— Filha... seis meses podem mudar os sentimentos de um homem.
Aquilo caiu como um peso sobre seus ombros