Capítulo 29

Narrado por Mariana

A sala do hospital tinha um cheiro estéril de álcool e promessas. Era engraçado como lugares assim, cheios de lembranças dolorosas, também podiam se transformar no palco dos nossos momentos mais felizes.

Eu apertei a mão de Caio — meu Rei — enquanto o médico preparava o equipamento para o ultrassom. Ele ainda usava a cadeira de rodas, consequência de toda a merda que atravessamos nos últimos meses. Sequelas que a guerra deixou no corpo dele, mas que nunca conseguiram tocar sua alma.

Enzo, nosso pequeno terremoto, pulava de cadeira em cadeira, curioso demais pra ficar parado. A enfermeira sorria de canto, compreensiva, e eu apenas me permiti rir. Pela primeira vez em muito, muito tempo, o riso não era amargo. Era leve. Verdadeiro.

— Pronta? — perguntou o médico, um senhor de barba grisalha e mãos experientes.

Eu assenti, meu coração batendo acelerado de tanta ansiedade. Deitei na maca, levantando a blusa, e senti o frio do gel na barriga já arredondada.
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