O silêncio que reinava na casa segura foi quebrado por três batidas fortes. Os vapores apontaram suas armas para a porta, os olhos arregalados, os corpos tensos. Mariana sentiu o coração saltar no peito, a garganta seca e os pés imóveis. A respiração pesava e o tempo pareceu congelar por um instante. Tavinho se aproximou da tranca com cautela, Bruno já com o dedo no gatilho. A maçaneta girou.
Quando a porta finalmente se abriu, um corpo tombou parcialmente para dentro, sustentado por dois vapores. Era ele.
Rei.
Ferido, sujo de sangue, o olhar perdido entre a dor e o choque. Mariana correu sem pensar, os braços abertos, a alma em pedaços. Seus joelhos bateram no chão ao lado dele e ela o segurou com desespero. O cheiro de pólvora e suor impregnava suas roupas, o rosto sujo, o canto da boca cortado. Mas era ele. Vivo.
— Meu Deus... — ela murmurou, tocando o rosto dele com mãos trêmulas. — Você voltou.
Mas algo estava errado. Mesmo envolvido em seus braços, Rei não a olhava como ant