🌷 Capítulo 13 – Helena

O sol da manhã entrou pela janela com uma leveza que não combinava com o nó que eu sentia no peito.

Fazia três dias desde que deixei a empresa.

Três dias tentando convencer a mim mesma de que aquilo era o certo.

De que o silêncio valia mais do que a dor.

Mas o problema do silêncio é que ele grita.

Principalmente quando a gente tenta se convencer de que não sente nada.

Theo brincava na sala, cercado por lápis de cor.

Ele desenhava algo com tanta concentração que parecia ignorar o mundo.

— O que é isso, amor? — perguntei, tentando sorrir.

— É você, mamãe — respondeu sem levantar a cabeça. — E esse é o tio Arthur.

Congelei.

O nome dele ainda me causava aquele aperto no coração.

— E por que o tio Arthur tá aqui, no desenho?

Theo sorriu. — Porque ele gosta de você.

Engoli em seco.