Capítulo 10 – Arthur
Desde que as fotos saíram, o mundo pareceu se transformar num campo minado.
Cada passo que eu dava era observado, comentado, distorcido.
Os acionistas queriam explicações, os jornais queriam manchetes, e meu pai queria minha cabeça.
Eu sempre lidei bem com o caos.
Mas, dessa vez, o caos tinha rosto — e era o dela.
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Estava no escritório quando a secretária anunciou:
— Senhor Vasconcellos, seu pai e a senhora Camila estão esperando na sala de reuniões.
Suspirei.
Claro que estavam.
Quando entrei, os dois me olhavam como se eu fosse o culpado por um crime de família.
Meu pai, Henrique Vasconcellos — o homem que transformou um império em legado — me fitava com aquele olhar que eu conhecia desde criança: frio, julgador, calculista.
— Então é verdade. — ele disse, seco. — Você manchou o nome da família por causa de uma funcionária.
— Eu não devo explicações à imprensa.
— Mas deve a mim. — retrucou, batendo a bengala no chão. — Eu te ensin