A influencer e o Traficante
A influencer e o Traficante
Por: Leticia lima
Capítulo 1

Aviso de Conteúdo

Este livro contém cenas de violência, assédio, linguagem forte e situações que podem ser sensíveis ou perturbadoras para alguns leitores.

A leitura é recomendada apenas para maiores de 18 anos.

Se em algum momento você sentir desconforto, considere pausar a leitura.

Cuide do seu bem-estar em primeiro lugar.

Melinda — 25 anos, influenciadora digital

— Nossa, estou atrasada para a live… merda — digo enquanto preparo tudo. — Vamos lá.

Terminei a live, gravei vídeos para postar, e depois fui fazer minha higiene matinal. Tomei um café reforçado e me arrumei para a academia. Minha rotina é corrida.

No caminho, dentro do elevador do prédio, várias notificações começaram a chegar no meu celular, até que uma delas me fez travar: uma transferência de 14 mil reais.

Pela compra não de algumas peças… mas de todas.

Abri para ver quem era o “abençoado”.

@Pablo_fechadão

— Meu Deus, quem é esse louco? — pensei, chocada.

Mas deixei para lá. Tinha uma publi marcada para uma hora da tarde, então continuei meu dia.

Quando cheguei em casa para me arrumar, recebi uma mensagem no direct.

📱 Mensagem

Xxx: Quero meu dia, novinha.

Melinda: Tudo bem, moço. Eu já vi a transferência. Você pode entrar em contato com meu assessor para acertar o encontro comigo.

Xxx: Encontro? Hahaha. Que encontro? Te achei mó gata. Eu quero uma noite contigo.

Melinda: Não sei se você assistiu à live, mas a proposta é somente um dia de fã, não esse tipo de relação. Não existe isso com pessoas desconhecidas.

Xxx: Pago a quantia que for!

Melinda: Por acaso na minha cara tá escrito garota de programa? 😡 Vou estornar todo o valor que você pagou e cancelar o envio da mercadoria.

Xxx: Espera, novinha! Desculpa aí qualquer coisa… eu aceito passar o dia contigo, falou.

Melinda: Mas eu não quero mais. Amanhã todo o seu dinheiro vai estar na sua conta.

Xxx: Qual foi, mulher? Tô falando na moral contigo e tu cheia de marra. Eu tava tentando conversar sério, mas agora o bagulho vai ficar é louco pra cima de ti.

Melinda: Já estou acionando a polícia 😌 e você está bloqueado.

Xxx: 🤬🔫

— Meu Deus… todo dia é um emocionado diferente — murmurei, suspirando.

Chamei meu assessor e pedi para estornar o dinheiro imediatamente.

— Quem era o louco? — perguntou Mila, minha melhor amiga.

— Um tal de Pablo Fechadão — respondi rindo.

— Nome de traficante, amiga! — ela disse, séria.

— Deixa de ser louca. Deve ser um nerd virgem por aí — falei, olhando minhas curtidas.

— Ou um traficante… — ela insistiu.

— Pode parar com isso, Mila — falei, um pouco nervosa.

— Não sei não… tu devia denunciar.

— Eu denuncio sempre, mas eles cagam pra nós, mulheres — respondi, revirando os olhos.

— Nessa parte tu tá certa — concordou.

Passamos o dia conversando e gravando vídeos. Quando fui embora:

— Amiga, se cuida — ela disse.

No estacionamento, enquanto procurava minhas chaves dentro da bolsa, senti algo gelado na minha costela.

— Se der um grito aqui, morre — a voz masculina me congelou.

Fiquei paralisada.

— Por favor… pega aqui — falei entregando minha bolsa, mas ele a jogou no chão.

— O chefe não quer sua bolsa. Entra no carro. Agora — ele disse, olhando para meu carro.

— Por favor… por favor… — eu chorava, tremendo.

— Entra agora na porra desse carro! — ele rosna, encostando a arma na minha cabeça.

Entrei. Colocaram um saco na minha cabeça. Eu tremia sem conseguir respirar direito.

Depois de alguns minutos, o carro parou. Fui arrastada para fora, jogada no chão. Tiraram o saco e eu levantei a cabeça, tentando entender onde estava.

Um homem fumava sentado numa cadeira, me observando.

Ele levantou, veio até mim, se abaixou e segurou meu rosto. Eu tremia sem conseguir parar.

— Tu é mais linda pessoalmente — ele disse, levantando.

— Quem é você? O que você quer de mim? — perguntei, chorando.

— O que eu queria tu não me deu — ele disse com um tom ameaçador.

Arregalei os olhos.

— É você…? — perguntei, a voz falhando.

Ele riu.

— Melinda, Melinda… teu maior erro foi me tratar daquele jeito. E ainda chamou a polícia. Isso eu não perdoo. Tentei falar de boa contigo, mas tu quis pagar de cu no bagulho — disse, fechando a porta atrás de si.

— Por favor, me solta! Eu pago o que for! — implorei.

Ele voltou, segurando meu queixo com força.

— Tá se achando, né? A riquinha das redes sociais — falou, me obrigando a olhar dentro dos olhos dele.

— Seu escroto de merda! — gritei, sem pensar. Eu estava desesperada.

Um soco estalou no meu rosto. Fiquei desnorteada.

Ele me agarrou pelo pescoço, me apertando até quase perder a consciência. Depois me soltou.

— Tá vendo? Fez eu perder a porra da paciência. Não me provoca, garota — disse antes de sair.

Meu nariz sangrava. Meu corpo inteiro doía.

— Isso é um pesadelo… meu Deus… — chorei baixinho, deitada no chão gelado.

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