Dois dias se passaram desde o confronto entre Enrico e o pai de Cecília. Nada havia acontecido desde então — nenhum sinal do homem nas redondezas do café, nenhum telefonema inesperado, nenhum movimento estranho. Mas, para Enrico, o silêncio não era tranquilizador. Era a calmaria antes da próxima investida.
No escritório, a notícia chegou no fim da manhã: uma viagem de trabalho de dois dias para uma reunião importante em outra cidade. O tipo de compromisso que ele normalmente aceitaria sem pensar duas vezes. Mas, dessa vez, a ideia de deixar Cecília sozinha o incomodava mais do que ele conseguia admitir.
Ele passou o resto do dia tentando encontrar soluções alternativas — remanejar a reunião, enviar alguém em seu lugar, resolver tudo por videochamada. Nenhuma opção deu certo. A presença dele era indispensável.
Ao anoitecer, os dois estavam deitados na cama do apartamento de Cecília. A luz suave do abajur desenhava sombras delicadas nas paredes. Cecília estava virada de lado, lendo dist