— Do que vocês estão falando? — repetiu Cecília, agora mais firme, estreitando os olhos, desconfiada da tensão evidente no ar.
Enrico desviou o olhar do pai dela apenas por um segundo, tempo suficiente para moldar uma expressão neutra. Quando voltou a encará-la, a voz já estava controlada e tranquila, como se nada tivesse acontecido.
— Seu pai se ofereceu para ir até a padaria comprar pães frescos para o café da manhã — respondeu, com naturalidade surpreendente. — Eu só estava perguntando de quanto ele acha que vai precisar.
O pai de Cecília arregalou os olhos por um instante, surpreso pela mentira descarada, e logo franziu o cenho, a mandíbula travada numa expressão irritada.
Cecília observou os dois com atenção, a desconfiança ainda presente em seu olhar. Por alguns segundos, o silêncio se alongou perigosamente, como se ela tentasse montar um quebra-cabeça invisível.
— Hm… entendi — disse, com um tom leve, embora os olhos ainda traíssem uma ponta de incerteza.
Aproveitando a brecha