O sol já se despedia no horizonte quando Enrico e Cecília caminharam lado a lado pela rua de volta ao apartamento. Os dias que se seguiram após a noite tensa com o pai dela haviam sido marcados por uma rotina silenciosa e controlada: Enrico, preocupado com a segurança de Cecília, a acompanhava todos os dias na ida e na volta do trabalho.
Ela não sabia exatamente o motivo, mas confiava nele; Enrico, por sua vez, mantinha em segredo que sua atenção constante também era motivada por suspeitas sobre o pai dela. Ele precisava saber se, de alguma forma, as pessoas para quem o homem devia dinheiro poderiam descobrir que ele estava no apartamento de Cecília, e essa possibilidade deixava Enrico em alerta constante.
Quando chegaram à porta do apartamento, algo fez o coração de Enrico disparar. A cena que se apresentou diante deles era caótica: garrafas de cerveja espalhadas pela mesinha de centro e pelo balcão, papéis fora do lugar, objetos jogados pelo chão, e o pai de Cecília dormindo desaje