O restaurante escolhido por Enrico era elegante, com paredes revestidas de madeira escura, mesas discretamente dispostas e uma iluminação tênue que deixava o ambiente quase cinematográfico. Não havia ostentação explícita, mas tudo — da louça ao atendimento — exalava sofisticação.
Cecília entrou ao lado dele, os passos um pouco hesitantes. Mesmo sem dizer uma palavra, Enrico percebeu o leve desconforto que surgiu nos olhos dela ao cruzar o salão. Ela usava um vestido preto simples, sem brilho, sem artifícios, e não tinha mais que um rímel e um batom suave. Ainda assim, para ele, era impossível não notar o quanto estava linda.
Ela parou por um instante, observando ao redor. As mulheres usavam salto, maquiagem impecável, brincos grandes, perfumes caros. Ela não. E por um momento, mordeu o lábio inferior, insegura.
Enrico se inclinou, o rosto perto do dela, e sussurrou com um sorriso tranquilo:
— Você está absolutamente perfeita.
Ela o olhou, surpresa pela precisão com que ele perceb