No dia seguinte, à tarde, o movimento do bar já estava agitado. Ainda era cedo, mas o calor do lado de fora, e o movimento começava a dar sinais de que seria intenso como sempre. Entre o vai e vem de garçons, o barulho dos copos sendo alinhados nas prateleiras e o cheiro de álcool, Cecília se sentia em casa. Gostava daquela rotina, mesmo quando o cansaço pesava nas pernas.
Naquele início de tarde, os clientes vinham em um fluxo constante, mas nada comparado às noites de maior movimento. Julia estava ao lado dela no balcão, conferindo alguns pedidos no sistema, enquanto Cecília organizava as taças limpas. Havia um silêncio cômodo entre as duas, quebrado apenas pelo som ambiente do bar.
— Hoje está até tranquilo — comentou Cecília, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Dá até para respirar.
Julia riu de leve, mas não levantou os olhos da tela.
— Melhor aproveitar, porque mais tarde vai ser uma loucura.
Cecília aproveitou a deixa. O assunto estava martelando em sua cabeça desd