Quando a porta do apartamento se fechou atrás deles e a corretora se despediu com um sorriso profissional, Cecília sentiu as pernas quase falharem. O corredor silencioso parecia ecoar o peso da decisão que ela acabara de tomar. Por mais que ainda houvesse desconfiança em seu peito, havia também um alívio novo, como se parte do futuro tivesse ganhado forma concreta diante dela.

— Então… — ele disse, quando entraram no elevador. — Oficialmente, você tem um lar.

Cecília deixou escapar um riso nervoso, cobrindo a boca com a mão.

— Parece mentira. — Respirou fundo. — Preciso contar para alguém antes que eu mesma duvide disso.

Enrico inclinou a cabeça.

— Para a Júlia. — ele assentiu, mesmo sabendo que isso prolongaria o tempo até ficarem sozinhos.

— É claro. — O sorriso dela se iluminou. — Ela tem que ser a primeira a saber.

Enquanto atravessavam o hall iluminado, Enrico caminhava ao lado em silêncio. O rosto se mantinha sereno, mas havia algo no modo como segurava as mãos nos bolsos, como