Leydi Dayane
Acordei com o despertador gritando no meu ouvido como se fosse a personificação do próprio demônio dizendo: “levanta, querida, sua vida não vai se ferrar sozinha”.
Segunda-feira. O próprio dia do juízo final.
Me sentei na cama tentando encontrar algum sentido para a existência. Não encontrei. Mas encontrei minha bolsa jogada no chão e lembrei que, óbvio, eu precisava trocar tudo para uma nova, porque minha estética secretária executiva chique que ganha pouco, mas finge que ganha bem exige isso. Quem vê até pensa que eu trabalho na Vogue e não com um CEO que me trata como se eu fosse um poste com planilha.
Enquanto passava itens de uma bolsa para outra — e, claro, achava coisas misteriosas como um pacote de bolacha mordido, três canetas estouradas e um bilhete da reunião de pais da escola da Gamora que eu provavelmente ignorei — ouvi o clássico:
— Mãããããe... estou com sono... e dor de cabeça... — veio o gemido dramático da minha filha direto do corredor.
A mesma dor de cab