Leydi Dayane
Eu não sei quando deixei de raciocinar. Não sei se foi quando senti os dedos dele na minha blusa, tentando secar o café, ou quando percebi o quanto sua mão tremia levemente ao tocar minha pele. Talvez tenha sido no segundo seguinte, quando nossos olhos se encontraram e ele me beijou como se aquele fosse o único motivo pelo qual estávamos vivos até ali.
Não. Acho que foi antes disso.
A verdade? Eu já estava entregue muito antes de nossos lábios se tocarem.
A boca dele era quente, firme, e tinha gosto de café e caos. E era um gosto viciante. A língua dele encontrou a minha com uma ousadia ensaiada, lenta e provocante no início, mas logo carregada de pressa, de vontade, de tudo que nós dois escondemos por semanas entre farpas e olhares atravessados.
As mãos dele me puxaram pela cintura e eu fui. Sem pensar, sem medir, sem resistir. Senti a pressão dos dedos nas minhas costas, a palma grande subindo e descendo, como se memorizasse cada centímetro meu.
Meu corpo todo respondeu