O quarto estava silencioso, a luz suave entrando pelas cortinas como se tivesse medo de incomodar. Abigail tinha acordado fazia alguns minutos, estava deitada, o olhar hesitante e a expressão confusa, enquanto Marcos e Luiza permaneciam ao lado da cama, atentos a cada gesto da filha. A respiração dela era irregular, curta, como se estivesse lutando para compreender o que ainda não havia sido dito por completo.
Marcos respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade e da ansiedade. Tentou escolher as palavras com cuidado, mas ainda assim o constrangimento crescia dentro de si, arranhando-lhe por dentro como algo inevitável.
— Filha… — começou, a voz baixa, tentando soar firme — você não precisa se sentir envergonhada com nada do que aconteceu.
Abigail desviou o olhar, apertando as mãos contra o lençol, mas permaneceu em silêncio, apenas escutando. O coração dela batia rápido, como se quisesse escapar do peito.
— Mas… eu preciso te perguntar uma coisa — continuou Marcos, hesitando an